quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Terra, Identidade e Resistência : A luta da comunidade Rio dos Macacos


Terra, Identidade e Resistência resumem o cotidiano vivido pelos Quilombolas do Rio dos Macacos após o início da intervenção territorial feita pela Marinha do Brasil. Em meados da década de 60, o palco de uma história construída ao longo de mais de duzentos anos de sofrimento e dignidade foi doado pela Prefeitura de Salvador como forma de ressarcimento ao nosso órgão federal designado a proteção naval da nação. Desde então, medidas vem sendo tomadas para a retirada desses “invasores”, as quais obtiveram como resultado a expulsão de aproximadamente setenta famílias para a construção da vila militar. Entretanto a parte sobrevivente ainda luta pela permanência junto a suas raízes. A covarde batalha está sendo intensificada através de méritos judiciais, liminares de despejos estão sendo combatidas pela pressão social que já não foi suficiente para impedir a proibição da colheita, pesca, plantio e todas as atividades de subsistência que eram exercidas pelas quilombolas. Essa proibição acabou por condicionar a sobrevivencia dos quilombolas aos donativos mobilizados por grupos de voluntários que se dipõem a amparar a comunidade.
No mês de agosto, a tensão se manifesta novamente quando, no dia sete, segundo o site da Defensoria Publica da União, “O juiz Evandro Reimão dos Reis conservou a própria decisão liminar que, em novembro de 2010, determinou a desocupação da área” também foi a afirmado a existência de um “estudo realizado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) que classificou Rio dos Macacos como área quilombola, mas o documento ainda não foi disponibilizado à Defensoria. Para o defensor Átila Dias, ele é essencial à defesa e deve ser acrescentado aos processos. “O juiz tinha ciência de que o relatório do INCRA estava pendente de publicação no Diário Oficial da União”, destacou.”.
O grupo de voluntariado apartidário Juventude Politizada é formado por estudantes que, através de ações voluntárias, objetivam  trazer novas perspectivas para problemas sociais e estimular o  desenvolvimento da criticidade dos jovens. A comunidade do Rio dos Macacos entrou na pauta do grupo no início do ano de 2012 e, no decorrer deste período, já foram doados mais de uma tonelada de alimentos, cadeira de rodas, cadeira de banho, andador, roupas, material de higiene e limpeza para as quarenta e seis famílias ainda residentes. A grande demanda deu origem ao projeto do debate Terra, Identidade e Resistência que junto ao apoio do Colégio Módulo será realizado no dia 28 de agosto, às 19h, no Teatro Módulo com a presença de professores da área humanística que contextualizarão assuntos abordados no ENEM inserindo a comunidade no conteúdo; um representante do INCRA; Representantes da Comunidade Quilombola Rio dos Macacos  e o apoio de Duda Diamba que fará as intervenções musicais.  O convite também abrangeu o órgão da Marinha do Brasil que respondeu a impossibilidade da presença de seus representantes no evento. A entrada custa R$5,00 (ingressos vendidos na recepção do Colégio Modulo e no Módulo Espaço Vestibular) e toda a renda será revertida em alimentos para os quilombolas.
Rodrigo Chetto

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Ditadura Acabou ? Pra quem ?


A acomodação diante da explicitação da censura em âmbito nacional decai cada vez mais o senso critico da população. A arma midiática controlada pelo governo aliena, massificando o povo brasileiro, tornando-o manipulável para fins de interesses próprios. Induzida, a ideia de senso comum tem se apropriado dos intelectos da sociedade, sem filtros e muitas vezes sem nenhum embasamento, apenas por osmose ou um QI, o famoso “Quem indica”, melhor dizendo “Quem falou”, transformando-se em verdades e imaginários nacionais.
Esse processo se viabiliza em cima da precariedade do sistema de educação vigente no Brasil, devido aos interesses sociopolíticos e econômicos que regem a ordem capitalista, onde não é promissor uma sociedade consciente de seus direitos e deveres constitucionais. Problemática esta, que transformou o país em um cenário de reivindicações sindicalistas, dando destaque aos profissionais acadêmicos, que em uma luta desesperada pela valorização dos responsáveis pela formação básica e profissional dos cidadãos, constroem uma marca na historia, que esta sendo abafada pelo governo. 
Na Bahia a greve dos professores estaduais, deflagrada em oito de abril, já se perdura por mais de oitenta dias, que protestam o não cumprimento da Lei 11.738/2008, que estabeleceu o Piso Salarial Nacional para os professores, sancionada pelo ex-presidente Lula, e que hoje seria equivalente a um aumento salarial de 22,22%. Uma batalha que, covardemente, esta sendo criminalizada no plano social, devido à atuação do governo em opressão ao movimento. Propagandas midiáticas desmoralizando e condenando esses profissionais estão no ar em rede local. Medidas de contorno foram lançadas para garantir a não inviabilização do ano letivo. Entre elas o projeto de aulões milagrosos para alunos cursando o terceiro ano do ensino médio, onde a promessa é o suprimento da demanda do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) em vinte e quatro encontros marcados aos sábados, lembrando sábado como dia útil de trabalho onde muitos não poderão comparecer.

A aula de inauguração foi ministrada pelo "Professor" Jorge Portugal (responsável pela empresa Abaís Conteúdos Educativos e Produção Cultural Ltda. que através de um contrato milionário com dispensa de licitação realizara os encontros) na qual afirmou que com os aulões o ensino publico fica no 0x0 com o ensino particular, em meio a musica e piadas, a construção de uma mascara em cima dos problemas do ensino publico foi se consolidando. Entretanto neste mesmo evento não foi divulgado o corte do salário de todos os professores incluindo os já aposentados, foi esquecido também à situação precária das infraestruturas escolares, carência de materiais e mínimas condições de trabalhos “justificadas” pela falta de verba, que não foi demonstrada nesse primeiro “espetáculo”.

Esse é apenas mais um exemplo da ditadura governamental em que vivemos e a farsa da liberdade de expressão que está bem longe da civilização brasileira. Todos os meios de comunicação em massa são controlados pela elite burguesa que leva em sua sombra um filtro socioeconômico para a afirmação de seus interesses.  Não se pode apenas absorver o que é cuspido pela rede midiática, é preciso o desenvolvimento do senso critico criando uma barreira para manipulação intelectual.

Rodrigo Chetto